Depois de mais um ano suado (e como!), tenho perguntado para as pessoas mais próximas o que elas mais desejam para 2024 e a resposta parece até aquele refrão de um funk famoso:
- Eu só quero é ser feliz.
Até aí tudo bem, ao final e ao cabo todos nós queremos ser felizes, mas precisamos tomar cuidado porque essa busca incessante, na verdade, acaba trazendo a infelicidade.
No ótimo livro “Pense de novo”, do Adam Grant, que discutimos no encontro de dezembro do inspiratiON CLUB, ele levanta algumas bolas a respeito deste assunto a partir de estudos feitos por outros psicólogos.
Ele cita, inclusive, que há evidências de que atribuir um alto grau para a felicidade seja um fator de risco para a depressão.
Isto porque quando se busca a felicidade a qualquer custo, gasta-se tempo demais avaliando a vida e aproveitando-a de menos.
Os momentos de alegria - e o que é a felicidade senão o somatório desses momentos de alegria? - não são tão apreciados como deveriam porque seguimos incomodados nos questionando porque a nossa vida não poderia ser MAIS alegre.
E a felicidade, na verdade, depende muito mais da frequência e do conjunto dessas emoções positivas do que propriamente da intensidade de um tal momento mágico que a pessoa considere o auge da felicidade em sua vida.
Até mesmo porque esse auge talvez nunca chegue, principalmente se a pessoa já tiver caído no círculo da infelicidade infinita como o do quadrinho abaixo.
Outro fator estaria relacionado a darmos ênfase demais ao prazer da conquista e menos ao propósito, pois os dados sugerem que as pessoas com um senso de propósito não só são mais bem sucedidas nas conquistas de suas paixões como também são mais felizes.
E isto casa com um outro ponto curioso: nas culturas ocidentais a felicidade está relacionada a um estado individual (quando EU conseguir, EU tiver, EU conquistar, etc), que acaba trazendo como contrapeso a sensação de solidão, enquanto que nas culturas orientais a sensação de bem-estar é maior por conta do engajamento social e coletivo.
É como o caso do escritor que escreve um livro para ganhar o prêmio Jabuti ou o Nobel de Literatura e que “só se achará no direito de ser feliz” quando ele (individual) conseguir chegar lá.
Por outro lado, quando o livro faz parte de um trabalho com propósito - como o novo “Tire o elefante da sala” que irei lançar no próximo dia 14/12, para ajudar as pessoas a tirarem os seus projetos da gaveta e realizarem os seus objetivos - cada passo dado por elas (coletivo) também é motivo de alegria para mim.
Como, aliás, foi poder encontrar pessoalmente o Maicon Moura (abaixo), que foi o sujeito que não só deu (literalmente) a cara ao elefante que habitava a minha imaginação, como cuidou com carinho e maestria de todo o projeto gráfico do novo livro.
E, sendo bem sincero, é óbvio que também sonho em ganhar o Jabuti e o Nobel de literatura (quem não, né?) - e certamente explodirei de felicidade quando isso acontecer - mas com certeza o livro não foi pensado para isso e esse não é um dos objetivos-fim da minha felicidade, assim como a sua também não deveria ter um objetivo-fim para que ela possa aflorar.
Até mesmo porque no fim - lá no momento final mesmo - não haverá felicidade, mas se tudo correr bem ainda assim haverá paz.
Então chegou a hora de parar com essa obsessão de viver para ser feliz e começar a ser feliz vivendo, pois por mais que tenhamos nos desdobrado em três ou quatro para conseguirmos realizar os nossos objetivos esse ano, tenho certeza que ainda assim houve motivos para sorrir.
E como cantava o imortal Odair José num de seus clássicos, “Felicidade não existe / O que existe na vida são momentos felizes”.
Aproveite-os! ;)
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Fotos dos Balões (Ankush Minda), Infinito (ilustração no livro Pense de Novo), Edu & Maicon (arquivo pessoal).
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Quanto ao livro, chegamos e sobrevivemos ao último capítulo da novela mexicana que a Amazon deu para liberar as vendas no site.
É apenas um livro (o meu e não de terceiros) que quero vender de forma legal, devidamente registrado com ISBN e ficha catalográfica como mandam todas as regras, mas eles insistiam num bate e volta kafkaniano de abrir e encerrar chamados como se eu estivesse querendo vender uma máquina de lavar da Brastemp sem registro, nem autorização da marca e por uma empresa fantasma.
Mas enfim, depois de várias tentativas infrutíferas, a boa notícia é que consegui resolver o quebra-cabeça e no próximo dia 14 de dezembro faremos o lançamento oficial com direito a uma newsletter específica sobre o livro.
Obrigado desde já pelo apoio e pela companhia semanal, e vamos que vamos com tudo tirar mais esse elefante da sala! ;)
Um forte abraço,
Eduardo Lopes
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Muito feliz pelo seu livro, Edu! E obrigado, neste ano, por trazer tantas reflexões valiosas pra nós 👏🏻