– Como andam as coisas? – perguntei para um amigo que não via há muito tempo.
– Na correria – respondeu com um sorriso meio amarelo e uma leve expressão de tristeza no olhar.
– E está correndo para onde?
Ele respirou fundo, olhou para o chão, como que se procurasse a resposta escondida embaixo de alguma folha qualquer, e disse:
– Não sei. É a correria da vida, né?
Sim, é verdade que a vida é e continuará sendo uma correria só – tanto para os que sabem como (principalmente) para os que não sabem para onde estão indo.
Entretanto, o mais curioso é observar que se você também fizer esta mesma pesquisa com as pessoas próximas com as quais você se relaciona habitualmente, a grande maioria das respostas também deverá ser o tal “na correria” – incluindo como bônus, infelizmente, o sorriso amarelo e o ar de tristeza.
Poucas serão as respostas daquelas que conseguirão te explicar exatamente para onde estão indo e o quão longe ou perto estão de chegarem após essa correria toda.
E olha que há uma mar de gente por aí afora que continua correndo às cegas, como os ratinhos de laboratório em cima das esteiras, à espera de uma intervenção divina que irá resolver todos os problemas com um passe de mágica.
Tal como naquele trecho da clássica música do Pink Floyd (and you run and you run to catch up with the sun but it´s sinking), o sol se põe, nada acontece de novo e, no dia seguinte, é hora de madrugar novamente para continuar correndo.
E, daqui a dez anos, provavelmente elas continuarão na mesma correria, porém mais velhas, com um grau de estresse mais elevado e um cansaço mais latente, anestesiadas e presas numa espécie de ciclo vicioso que tenderá a acabar de duas maneiras:
– Quando perderem o porto seguro em que estiverem (demissão, falência, etc), e aí precisarão se reinventarem na pressão para (no mínimo) tentar reconquistar a vida como ela era;
OU
– Quando toda a saúde que lhes resta tiver ido embora – e aí, infelizmente, já terá sido tarde demais.
O ponto positivo é que ainda somos livres para decidirmos os nossos destinos e, em qualquer fase da vida, poderemos fazer um pit stop para checarmos se estamos de fato na direção correta ou se precisaremos fazer algum ajuste na rota da nossa vida.
E, se o ajuste for mesmo necessário, que normalmente é aquele plano B que deixamos engavetado no meio da nossa agenda lotada de desculpas, que seja feito o quanto antes.
Afinal, a direção para onde se vai será sempre mais importante do que a velocidade, pois de nada adiantará acelerar na velocidade máxima para chegar mais rápido a… lugar nenhum.
A não ser, é claro, que você queira continuar correndo por correr.
Mas aí já é outra história, né?
Obs. Foto de Andy Beales.
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- Edu, e os seus livros? - outra amiga, que lê todas estas newsletters, perguntou na semana passada.
Pois é, aquele 3 livros novos que estou escrevendo e que tinha mencionado em alguns textos atrás.
Mas antes de passar o status, até como forma renovar o compromisso público e não perder a motivação, vale destacar a questão da priorização versus o tempo.
O ponto é que acabei sendo convidado (e fiquei muito feliz por isso) para dois projetos bem interessantes de consultoria relacionados ao mundo dos meios de pagamentos e gestão de frotas, que era o mundo que habitava antes da mudança para Portugal.
Isto daria, inclusive, até um novo texto sobre como a nossa imagem, quando entregamos resultados acima da média, trabalhamos de forma profissional e tratamos bem as pessoas, abre portas e permanece viva na cabeça das pessoas mesmo com o passar do tempo.
Enfim, projetos novos aceitos, novas prioridades.
Aliás, e abrindo o último parênteses também por conta desta nova priorização, tanto a mentoria “Da ideia ao negócio” como a consultoria “Meu conteúdo, minha marca” , sigo trabalhando nos últimos ajustes e em breve voltarei a disponbilizá-las para ajudar as pessoas a tirarem os projetos do papel ou se posicionarem de forma mais estratégica neste mundo online.
Fechando os parênteses, vamos lá:
- O livro de negócios: a primeira parte está escrita (ainda não ilustrada), mas tive uma outra ideia (que agradou bastante as pessoas envolvidas) para a segunda parte, que até já estava pronta, e agora estou trabalhando nela. Em termos literários neste primeiro semestre é a minha prioridade máxima e já avancei 40%.
- A parte final de Se esquecer seu coração lé em casa, não o devolverei!: era a prioridade no início do ano, mas o livro de negócios acabou atropelando-o. Está em 50% e, por hora, sigo acrescentando coisas que acho que funcionarão e outras ideias que vão surgindo para os capítulos que ainda faltam, mas sem parar para escrever um novo capítulo integralmente.
- O livro infantil com a história paralela às Cartas da Boneca: também está em 50% e no mesmo status que o Se esquecer…
Pronto, por hora é isso.
Também sigo na correria e, mesmo sabendo onde quero chegar, vamos readequando a agenda para aproveitar as (boas) oportunidades que aparecem pelo caminho, né?
E o resto é paisagem.
Avante! ;)
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