Quem nunca sonhou em ter o livro publicado, vê-lo na entrada de uma grande livraria ou num video viralizado, sendo recomendado por alguém famoso e ganhando prêmios?
- Todo mundo, ué!
Mas e aí, quando é que você irá escrever esse livro?
- Pois é, veja bem…
Pois é, veja bem digo eu, né? :)
É aquela velha história: a mão que afaga e AMA alguns projetos - e um livro normalmente é um deles, é a mesma que apedreja e ODEIA quase todas as tarefas - e escrever é uma delas.
Até porque escrever por si só já dá um trabalho danado, ainda mais quando você não é remunerado por isso e nem sabe se algum dia será.
E entre ganhar dinheiro agora ou escrever mais uma página do seu sonho sem nenhuma previsão de remuneração, é claro que ganhar dinheiro agora será sempre a primeira opção.
Normal.
E o mundo continuará girando, a pessoa continuará trabalhando e, sem querer querendo, começará a deixar de lado aquilo que ela tanto ama dentro da cabeça dela por causa da trabalheira que está dando para executá-lo no mundo real.
- Hoje não estou inspirada - costuma dizer para o espelho, que já não aguenta mais ouvi-la, numa espécie de auto-perdão para o famoso “hoje não”.
E lá vai ela dormir, acordar, viver e depois dormir novamente, esperando a tal da inspiração divina sem se dar conta que o tempo está contra ela, como dizia a canção.
E o que era um projeto lindo e maravilhoso, acabou virando um elefante enorme estacionado no meio da sala.
E que ela encontra todo dia quando chega em casa ou se levanta no meio da noite para ir beber água na cozinha.
- Oi! - diz ele, sempre alerta, levantando a tromba e mostrando o sorrisão.
- Mas você ainda está por aqui?
- Pois é.
- E por que ainda não foi embora?
- Porque não passo pela porta, muito menos pela janela.
- Então vai morar comigo aqui para sempre?
- Não, desde que você me faça desaparecer.
- Eu?!? Mas já cansei de dizer que não sei nada de magia!
- E quem disse que precisa?
- O que devo fazer então?
- Quer o jeito fácil ou o difícil?
- O fácil, vai.
- O jeito mais fácil é desistir logo do projeto do livro, pois você nem está escrevendo mesmo. Mas há um problema aí.
- Como problema?
- É que desaparecerei da sala num piscar de olhos, mas continuarei vivendo para sempre martelando com a minha tromba dentro da sua cabeça e pesando na consciência.
- Nossa! Se o mais fácil já vem com esse problema, imagina o mais difícil.
- Aí é que está: do jeito mais difícil, não há nenhum problema. O único problema é terminar de escrever o livro.
- Sério?
- Seríssimo. Terminou e eu: puff!
- Puff?!?
- Sim, sumirei sem deixar rastros, até porque não aprendi a dizer adeus, como dizia aquela canção brega.
Puff.
Simples assim… só que não, né?
Mas, afinal, como resolver então na prática o problema do elefante do jeito mais difícil?
Com a rotina.
Se ainda não há rotina, crie uma bem simples como a que tem funcionado comigo.
Marque na agenda uma ou duas horas ININTERRUPTAS por semana para escrever.
Pode ser no sábado das 8h às 10h, por exemplo.
E escreva nesse período.
Inspirado ou não, ESCREVA.
Talvez saia algumas sugestões de lugares, personagens ou ações, uma ideia ou duas, um parágrafo, uma página ou um capítulo completo, mas o importante é que a história estará começando a crescer e se materializar.
Já teve capítulo(s) que escrevi nessa janela de duas horas, como também já teve capítulo(s) que precisou de 4 sessões de 2 horas para sair.
E saiu.
Não sei você, mas desta forma (comigo) eles sempre saem.
Mesmo que o elefante ainda continue por aqui, levantando a tromba e abrindo um sorrisão todo dia.
A diferença é que o sorriso é de alegria, e não o de nervoso sem graça, pois sei que a hora dele vai chegar.
Ô, se vai! ;)
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E você viu que coisa mais linda foi isto aqui? Clique na imagem para ir para o post original.
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As Cartas da Boneca: no carnaval irei começar a montar os e-mails, mas já temos as datas!
Todo domingo, a partir de 05/03/23 até o dia 14/05/23, enviarei todas as cartas digitalizadas através de 11 e-mails via substack mesmo..
Para quem não lembra ou chegou agora, esta é uma série de 10 cartas que escrevi e desenhei para a minha filha em 2018, onde a boneca preferida dela narrou sua incrível aventura - da fuga surpresa de nossa casa até chegar ao Reino Encantado das Bonecas para cumprir a missão mais importante da sua vida.
Mais detalhes em breve.
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Um sujeito com o seu café, um bolo de milho e um punk rock no talo não quer guerra com absolutamente ninguém.
Até a próxima! ;)
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Você anda me espionando por acaso, Edu? Esse elefante tá estacionado aqui atrás de mim faz um tempo.
E adorei a miscelânea de referências, de Augusto dos Anjos a Leandro & Leonardo!